O João-pobre (Serpophaga nigricans) é uma ave Passeriformes da família Tyrannidae. Conhecido também como Bentereré e Bentererê e João-tiriri.
Seu nome significa: Serpophaga - do (grego) serphos = mosquito; e phagos = comedor; e do (latim) nigricans = enegrecido, escuro, moreno. ⇒ Comedor de mosquitos escuro.
Mede até 12 cm de comprimento, com plumagem cinza-escura com a garganta mais clara, asas e cauda negras. Vive em beira de lagoas, rios e açudes. Alimenta-se de insetos capturados em voo a partir de árvores ou pedras nas margens de rios..
Registro feito no Parque Iguaçu.
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O Urubu-rei (Sarcoramphus papa) é uma ave Cathartiformes da família Cathartidae.
Seu nome significa: do (grego) sarx = carne; e rhamphos = bico; e do (latim) papa = Papa, maior, maioral. = Papa dos Abutres com carúncula no bico.
Habitante de zonas tropicais a semi-tropicais,desde o México à República da Argentina, e em todo o Brasil, onde, pela sua característica saprófaga, sua caça é proibida, pois é considerada uma ave importante na limpeza do meio ambiente, quando muitos animais são exterminados por doença, o urubu ajuda a controlar a epidemia comendo os animais mortos e agonizantes. Também é conhecido como corvo-branco, urubu-real, urubu-branco, urubutinga, urubu-rubixá, urubu-preto-e-branco e iriburubixá.
O nome genérico “Sarcoramphus” significa “bico com carne”, devido à presença de apêndices ou crestas carnosas no mesmo; e o específico “papa”, cujo significado latino original é “bispo”, é uma referência ao papel hieráquico que o povo lhe atribui, de ser o primeiro a abordar uma carcaça, o que parece se dever ao poder de seu bico, capaz de romper couros mais resistentes, abrindo caminho para as outras espécies se servirem depois.
Na natureza tem poucos predadores naturais, mas, devido à baixa reprodutividade da espécie e à degradação do seu habitat, é uma espécie cada vez mais rara de se observar.
Possui uma envergadura que varia de 170 a 198 cm e peso que oscila de 3 a 5 kg, medindo cerca de 85 cm de comprimento. Tem cabeça e pescoço nus, pintados de vermelho, amarelo e alaranjado, a parte superior do corpo amarelo-clara, esbranquiçada, asas e cauda pretas, o lado inferior branco, com plumagem branca e negra. Sua dieta é estritamente carnívora, mas nunca se alimenta de animais vivos, salvo se estiver faminto e a presa estiver agonizando. Como consumidores de carne em putrefação desempenham importante papel saneador, eliminando matérias orgânicas em decomposição.
Registro feito em Tibagi-PR
A Patativa-tropeira (Sporophila beltoni) é um Passeriformes da família Thraupidae descrito para a ciência no final de 2013, cujo nome científico Sporophila beltoni é uma homenagem ao ornitólogo William Belton. Antes de ser descrita, por apresentar o bico amarelo era considerada uma variedade da patativa Sporophila plumbea, que possui bico preto. No sul já era conhecida popularmente como patativa-de-bico-amarelo..
Mede cerca de 10,5cm de comprimento. Vive em pequenos grupos, às vezes associados com outros pássaros que se alimentam de sementes..
Registro feito em Tibagi-PR
O Bico-de-veludo (Schistochlamys ruficapillus), é uma ave Passeriformes da família Thraupidae. É conhecido também como bicudo-do-tabuleiro, sanhaçu-tabuleiro (Natal/RN), figueira, figueira-bico-de-veludo, sanhaço-do-campo, sanhaço-pardo, sanhaçu-caboclo (Minas Gerais), saí-veludo, zorro, tiê-veludo e papa-laranja (Minas Gerais).
Etimologia: Seu nome significa:: Schistochlamys - do (latim) schistus = cor de ardósia, acinzentado; e do (grego) khlamus = capa, manto, capote; ruficapillus - do (latim) rufus = vermelho; e capillus = referente à cabeça. ⇒ (Ave) com manto acinzentado e cabeça vermelha.
A plumagem do dorso é azul-acinzentada, tem uma máscara negra na face. Na parte inferior, garganta, peito e barriga são acanelados. O baixo-ventre é branco-acinzentado. Espécie sem dimorfismo sexual.
Possui um canto melodioso, repetido incessantemente que pode variar de região para região, sendo ora mais “limpo” ora mais “embolado”. Comprimento: 18 centímetros; peso: 38 gramas.
Registro feito em Tibagi-PR
No final de semana de 25 de julho, combinamos uma viagem a Irati. Em contatos feitos com novos amigos de passarinhada, planejamos conhecer lugares diferentes para encontrar espécies que não ocorrem em nossa região. Em pesquisas feitas, relacionamos algumas espécies que intencionávamos encontrar na cidade. Prioritariamente queríamos ver de perto uma Coruja-da-igreja, que há muito tempo sonhávamos registrar. Nosso amigo Elizeu Czekaski informou que teria disponibilidade de ser nosso anfitrião nessa saída e nos apresentar alguns locais bastante interessantes. Acordamos sair no sábado e no domingo pela manhã, sendo que no sábado, destinamos à saída para explorar a Floresta Nacional de Irati (FLONA); uma unidade de conservação e pesquisa pertencente ao Ministério do Meio Ambiente. Fazia um frio de rachar, e às 7h30 min partimos para a FLONA. As distâncias são pequenas e antes das 8 horas passamos pela portaria. No local, funcionava uma antiga serraria e ainda é possível observar as construções antigas, onde residiam os funcionários da empresa, a escola e a igreja da localidade. Como o clima não favoreceu muito à entrada na mata pelas trilhas, optamos permanecer ao longo da estrada que corta o parque. Nessa incursão, encontramos algumas espécies. Ficamos na FLONA até perto das 11 horas e depois o amigo Eliseu nos levou à conhecer as instalações do IAPAR em Fernandes Pinheiro. Qual foi nossa surpresa ao encontrar uma mansão abandonada, construída por um rico proprietário da madeireira a família Xavier de Miranda, conhecida como Palácio de Pinho, construída em 1912 e tombada como patrimônio histórico na década de 1990. Hoje ela está entregue literalmente às abelhas que ai fizeram dezenas de colmeias. Além disso, sua aparência remete àqueles filmes de terror americanos com as casas mal-assombradas. Brincadeiras à parte, a construção é imponente e certamente, no passado deve ter sido uma das residências mais lindas da região.
No domingo cedo, a programação foi a ida ao Cerro do Leão, entre os municípios de Irati e Inácio Martins, considerado o local de maior altitude do Paraná. Junto conosco foi o Michel Kengerski. Ao chegarmos ao local, encontramos também o Elinton Sloma e o Osmar Slompo que madrugaram para registrar os espécimes antes do raiar do dia. O frio da altitude aliada à neblina que não deu trégua fez com que a luz não ficasse perfeita para que pudéssemos avistar a paisagem ao longe, o que dizem ser magnífica. Como o objetivo era encontrar duas espécies específicas que ocorrem na localidade, a paisagem ficará para uma próxima vez. As espécies, bem dessas, uma delas foi encontrada, o que já valeu muito a pena.
Agradecemos muito a paciência do amigo Elizeu por ser um guia tão agradável em nossa estada na cidade.
A Coruja-da-igreja (Tyto furcata) é uma Strigiformes da Família Tytonidae. Conhecida também como coruja-das-torres, coruja-da-igreja, rasga-mortalha (Maranhão, Pernambuco) ou suindara, é uma espécie de coruja muito comum no Brasil, bastante conhecida por nidificar em torre de igrejas e locais habitados (razão de um de seus nomes comuns).
Está entre as aves mais “úteis” do mundo, no que se refere à economia do homem, pois consomem muitos roedores, principalmente nas proximidades de habitações humanas. O nome suindara vem do tupi e significa “o que não come”.
Seu nome significa:Tyto Furcata⇒ Coruja branca [com rabo de] pontiagudo.
Obs: Modificado recentemente (2014). Antiga Tyto alba ⇒ Coruja branca.
Possui em média 36 cm de comprimento e envergadura de 75 a 110 cm , as fêmeas pesam em média 570 g e os machos 470g. É uma espécie muito especializada, caça suas presas localizando-as principalmente pela audição. Possui dois discos faciais bem destacados, em forma semelhante a um coração, que ajuda a levar o som até a entrada dos ouvidos externos. Essa é uma estruturação única, separando-a das demais corujas em uma família especial, a Tytonidae.
Registro feito em Fernandes Piheiro-PR na Floresta Nacional de Irati.
O Pato-corredor (Neochen jubata) é uma ave Anseriformes da família Anatidae. Também é chamado de ganso-do-orinoco.
Seu nome significa: do (grego) neos = novo; e khën = ganso; e do (latim) iuba, iubatus = crista, com crista. ⇒ Novo ganso com crista.
Mede entre 61 a 76 centímetros. Tem flancos de cor castanha, cabeça e peito cinza-amarelados, manto e asas escuras com um espéculo branco. As pernas são vermelhas e o bico é preto e rosa. Tanto o macho quanto a fêmea apresentam as mesmas cores de plumagem. O macho é maior do que a fêmea.
Os indivíduos jovens possuem a plumagem muito similar a dos adultos, sendo difícil a identificação dos jovens pela sua plumagem (Hidalgo 2010). Esta é uma espécie em grande parte terrestre, mas se empoleira facilmente em árvores. Raramente voa, preferindo movimentar-se no solo. Ao contrário dos demais anatídeos (patos, gansos e cisnes), o pato-corredor também é raramente visto nadando. Prefere ficar nas margens, onde se desloca com agilidade e velocidade impressionantes para um pato. Seu voo parece com o voo de um ganso.
Registro feito em Fernandes Piheiro-PR.
O Grimpeirinho (Leptasthenura striolata) é uma ave Passeriformes da família Furnariidae. Pode ser confundido com o Grimpeiro (Leptasthenura setaria) com o qual pode ser sintópico em matas de araucária, embora ocorra também em matas subtropicais entre 500 e 1100 m de altitude.
Etimologia: Seu nome significa: do (grego) leptos = fino; e de asthenes = fraco, ralo, quebradiço; e de oura = rabo, cauda (referência à prolongada aguçada e separada plumagem da cauda desta ave); e do (latim) striolata, striolatus, stria = finamente listrado, sulco, lista, estria. ⇒ (Ave) finamente listrada e cauda fina e fraca.
Mede aproximadamente 13,3 cm, e 10,5g. Topete menos pronunciado quando comparado ao Grimpeiro; com todas as partes superiores de coloração pardo-sujas com estrias esbranquiçadas. Voz: nitidamente mais fraca ( mais aguda) e de estrofes mais curtas que as de Leptasthenura setaria, transcrição: “Psi, Psi-psi”, “gs-gs-gs-gs”. Não está muito ligado à presença de Araucária, é encontrado em matas de Podocarpus ou em árvores baixas outras que coníferas. Endêmico dos estados do sul do Brasil..
Registro feito no Cerro do Leão entre Irati e Inácio Martins.
O Cabecinha-castanha (Pyrrhocoma ruficeps) é uma ave Passeriformes da família Thraupidae.
Seu nome significa: do (grego) purrhokomës = cabelo avermelhado, cabelo de fogo; e do (latim) rufus = vermelho, castanho; e -ceps = cabeça. ⇒ (Ave com) cabeça castanha e cabelos vermelhos ou cabeça castanha com cabelo de fogo. “Tordo del corona de canela” de Azara (1802-1805).
Mede 14 cm de comprimento. Estrita à região este-meridional. Cabeça e garganta castanhas, fronte e área em torno do olho negros; resto da plumagem cinzento-xistácea. Fêmea verde oliva com píleo canela. Voz: fina e esganiçada “tzip” e estrofe que pode terminar em duas sílabas mais baixas e cheias, p. ex. “sip-sip-sip-ziü-ziüi”. Ave rara, restrita às regiões Sul e Sudeste do Brasil. Vive à pouca altura, em bambuzais nas áreas serranas até 1200m, matas secundárias e bordas de matas primárias em seu estrato baixo, nos emaranhados de vegetação densa.
Registro feito em Fernandes Piheiro-PR na Floresta Nacional de Irati.
A Guaracava-cinzenta (Myiopagis caniceps) é uma ave Passeriformes da família Tyrannidae.
Seu nome significa: do (grego) muia = mosca; e de pagis, pagë = armadilha, cilada; e do (latim) canus = cinza; e -ceps = cabeça, parte de cima da cabeça. ⇒ Armadilha para moscas de cabeça cinza.
Ainda mais discreta do que as espécies do gênero Elaenia, é um pouco menor do que o Chibum ( E. chiriquensis). O formato geral do corpo lembra essa espécie, tendo as cores mais contrastadas. Uma área clara começa no bico e estende-se até acima dos olhos. Nas asas, três faixas claras, com as penas longas das asas de borda da mesma cor. A cor dominante nas costas é olivácea; cabeça mais acinzentada. Embaixo das penas da cabeça há uma listra amarela, cuja observação é muito rara, por não eriçar o topete com frequência. Vive na copa e bordas das matas secas e matas ciliares mais extensas. Associa-se aos bandos mistos de insetívoros de copa, usando as galhadas abaixo da folhagem.
Registro feito em Fernandes Piheiro-PR na Floresta Nacional de Irati.
Curitiba possui 30 Parques e cerca de 81 milhões m² de área verde preservada. São 55m² de área verde por habitante, três vezes superior ao índice recomendado pela Organização Mundial de Saúde, de 16m². No Brasil, é a cidade onde a Mata Atlântica é melhor preservada.
Com aproximadamente 400 espécies identificadas na cidade, entre nativas, migratórias e exóticas, segundo livro publicado pela Prefeitura Municipal de Curitiba, iniciamos nossas passarinhadas nestes Parques, queremos lembrar que não se trata de um trabalho científico e sim o registro da nossa paixão pelas aves.
Hierarquia dos taxons pertencentes à classe Aves de todas as aves do Brasil baseada na lista de aves do Brasil de janeiro de 2014 do CBRO (Comitê Brasileiro de Registro Ornitológico).
Os Textos são de consulta do site: http://www.wikiaves.com.br/.