Muito do que se conhece das aves da região nordeste deve-se ao esforço de cientistas e amadores encantados com os seres alados. Nas duas últimas décadas a observação de aves permitiu estudar a distribuição geográfica das espécies que ocorrem no Brasil e em especial na região Nordeste, que é o tema de nossa apresentação. Nos dias 27 de março a 1 de abril, o grupo Passarinhando esteve na cidade de Natal (RN) que é um paraíso em termos de paisagem e uma cidade com áreas interessantes para a prática da observação. Como é de costume, entramos em contato com observadores locais, porém em função da data, não conseguimos encontrar um guia para nossa investida. Porém isso não foi um empecilho, uma vez que realizamos uma preparação prévia com o estudo da avifauna local, com a coleta de informação das espécies que ocorrem na cidade e onde encontrá-los assim como dos respectivos sons.
A cidade possui um ciclo particular, onde amanhece muito cedo (o sol já está brilhando as 5h30min, porém escurece as 17 horas). Por isso, recomendamos que o visitante use bastante protetor solar, repelente e chapéu, afinal, o sol tropical queima mesmo não tendo a sensação devido ao constante vento que sopra. Sabendo disso, nos programamos para visitar os locais pré-escolhidos. Visitamos em primeira mão o campus central da UFRN, visto que este está localizado nas cercanias do Parque das Dunas. Aí, foi possível reconhecer espécies comuns à região de Curitiba, como os Anu-branco e Anu-preto, Suiriri, Bentevizinho-de-penacho-vermelho, Pardal etc.
O segundo contato foi as imediações do Forte dos Reis Magos, onde é possível registrar aves marinhas e algumas no mangue. O importante nesse local é o cuidado com a segurança.
No dia seguinte, reservamos para conhecer o Parque das Dunas, que se localiza ao longo da orla da cidade. O Bosque dos Namorados é um ponto de encontro da população de Natal que gosta de praticar corrida, uma vez que esses atletas entram cedo no Bosque. Conversando com o administrador do Bosque fomos informados que as trilhas existentes nesta área de conservação estavam temporariamente fechadas, mas o local é bastante arborizado, conservado e agradável.
Tivemos uma manhã dedicada à visita ao Parque da Cidade, que é uma área de preservação e por isso, é permitido somente percorrer o parque em seu trecho pavimentado. É bem servido de segurança e pode-se ficar tranquilo ao observar. Existem muitas trilhas percorrendo o parque, porém para acessá-los é necessário uma prévia autorização da administração do Parque e com a presença de guias. Entretanto, com um pouco de paciência é possível registrar muitas espécies que ai encontram um local para viver e se reproduzir, algumas delas, vulneráveis.