A Hori Consultoria Ambiental, empresa curitibana recentemente agraciada com o prêmio “Ecologia e Ambientalismo” da Câmara Municipal de Curitiba lança nesta quinta-feira (30 de junho), o livro “Lista das aves do Paraná”, como parte de seu projeto de publicação de obras instrumentais que favoreçam os estudos de meio-ambiente no Brasil.
O trabalho é dedicado ao historiador José Carlos Veiga Lopes, presidente da Academia Paranaense de Letras falecido neste ano e que foi um grande entusiasta na pesquisa e observação de aves. Trata-se de uma edição alusiva ao “Centenário da Ornitologia Paranaense”, a ser comemorado no ano que vem, destacando os esforços pioneiros do naturalista polonês Tadeusz Chrostowski, que chegou ao Paraná para pesquisar as aves locais, publicando o primeiro estudo especializado no assunto no ano de 1912.
A obra é resultado de várias décadas de pesquisas realizadas pelos ornitólogos Pedro Scherer Neto, do Museu de História Natural Capão da Imbuia, Fernando C.Straube e Alberto Urben Filho, diretores da empresa e Eduardo Carrano, professor de Zoologia da PUC-Pr, todos residentes em Curitiba. Para isso, os estudiosos viajaram por todo o Estado e pesquisaram em bibliotecas e museus do País e do exterior, constatando que, só no Paraná, ocorrem 744 espécies de aves.
Segundo Scherer, “Desde 1977 foram estudados todos os ambientes naturais do Paraná, somando milhares de horas de trabalho de campo, que abrangeram todas as regiões do Estado, em especial a Serra do Mar, a Região Metropolitana de Curitiba, além do centro-sul e noroeste”. Pedro Scherer, que foi autor do primeiro levantamento de aves estaduais, em 1980, comemora: “temos agora a comprovação de que o Paraná está entre os estados mais ricos em aves em todo o Brasil”.
Com relação à sua avifauna, o Estado do Paraná é um dos mais pesquisados e conhecidos dentre todas as outras unidades de federação, embora alguns dentre as demais já possuam levantamentos sérios e confiáveis sobre essa riqueza. O que chama a atenção, no entanto, é a quantidade de tipos que aqui escolheram para viver e, em geral, reproduzir, formando patrimônio natural de qualidade – e quantidade – indiscutivelmente importante.
A verdade é que, de toda a avifauna conhecida para o Brasil, um dos países mais megadiversos no mundo, “pelo menos 40% ocorrem no Paraná, cifra impressionante se considerarmos que de cada dez aves brasileiras, quatro estão presentes no território do Estado”, explica Eduardo Carrano. Segundo Straube, “o que chama a atenção é a comparação com outros estados e até com países inteiros, como o Paraguai, o Chile e a Guatemala. Temos mais aves do que eles e um pouco menos do que áreas imensas como todo o território dos EUA!”.
Nesse sentido, os autores alertam para o fato dessas listas necessitarem de constantes atualizações ao longo dos anos. Isso por que, com a modificação dos ambientes naturais, as aves podem aumentar suas áreas de ocorrência, acompanhando os processos de desmatamento, entrando nos limites estaduais e aqui estabelecendo seus territórios. Ao mesmo tempo, o desaparecimento ou extinção de outras, pelas mesmas razões, é um termômetro eficiente para o planejamento de meio-ambiente por parte das esferas governamentais.
Outra questão se liga diretamente ao número de estudiosos e mesmo simples colaboradores, que acabam formando verdadeiras legiões de especialistas na área e, com isso, aumentam a possibilidade de flagrar novos e até inusitados registros.
Isso fica muito evidente se comparados os levantamentos feitos em 1980, 1995 e o mais recente. “Passamos de 558 para 712 entre 1980 e 1995. Hoje, dezesseis anos depois da última revisão, atingimos a casa das 744 espécies”, explica Fernando Straube. “É a demonstração de que ainda temos um patrimônio natural importantíssimo, exemplificado pelas aves, que são excelente indicadores de qualidade ambiental”, completa Alberto Urben.
A importância do trabalho não fica somente nisso. O livro não pretende ficar fechado nas quatro paredes do meio científico. Ele será fonte essencial também para leigos. Afinal, a observação de aves, atividade ainda pouco conhecida no Brasil, mas praticada por milhões de pessoas nos EUA, Europa, Austrália e Japão, vem ocupando um espaço considerável na mídia nacional. Nesses países, estima-se em várias centenas de milhões de dólares o montante circulado somente entre seus praticantes, o que aquece economias locais, especialmente de setores voltados ao ecoturismo. O Brasil, de acordo com o Ministério do Turismo, pretende desenvolver essa atividade que, além de limpa, gera divisas incalculáveis e desenvolvimento sustentável. Para isso, há vários anos o projeto Avistar Brasil vem realizando congressos anuais na cidade de São Paulo, atraindo milhares de seguidores, neófitos ou simples curiosos.
Esse notável crescimento de uma parcela da sociedade ainda latente, pode ser verificado facilmente em simples buscas na internet, rede que abriga milhões de fotografias, sons e materiais de divulgação disponíveis gratuitamente para download. Instrumentos poderosos de educação ambiental, as imagens têm sido amplamente utilizadas por ativistas da observação de aves, em sites especializados, como o Wikiaves. Essa ferramenta, administrada pelo tecnólogo de informática Reinaldo Guedes, concentra quase 5 mil afiliados em todo o Brasil tendo como meta a divulgação da fotografia como instrumento para o observador. Diariamente o site recebe em torno de 300 fotos, algo considerado inédito em todo o mundo.
Há alguns meses, o Wikiaves – com menos de dois anos no ar - alcançou o primeiro lugar de sites temáticos mais acessados em todo o mundo, mostrando que as aves do Brasil, além do filme “Rio”, tem muito a mostrar em termos de beleza e, principalmente, de dedicação dos quase fanáticos praticantes do birdwatching.
Desta forma, a nova “Lista das aves do Paraná”, que aparecerá apenas no formato digital – como demonstração da política de Responsabilidade Social da empresa Hori para uso racional de papel – tem múltiplos apelos. Servirá de referência para pesquisadores envolvidos em estudos sobre a biodiversidade brasileira mas também como ferramenta para os leigos, estimulando-os a dar prosseguimento ao trabalho de compilação da avifauna paranaense.
O livro já se encontra disponível para download gratuito em três sites especializados. E o dia para o lançamento não foi escolhido por acaso. Exatamente há um ano atrás, em 30 de junho, o prefeito Luciano Ducci oficializou o grimpeiro como ave-símbolo de Curitiba, formalizando o projeto-de-lei da vereadora Renata Bueno (PPS), outra grande entusiasta da causa.
Veja o livro de uma forma Interativa:
Mais informações?
http://www.coave.org.br/noticias.php?id=361
Para download do livro:
ou
http://www.coave.org.br/ - http://bit.ly/mAVBvM
http://www.birdwatcher.com.br/ - http://bit.ly/liMlkv
http://www.ao.com.br/ - http://bit.ly/ksRcAF
Contato:
Fernando C.Straube
Hori Consultoria Ambiental (http://www.hori.bio.br)
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Telefones: 41-8402-0162
41-3363-1752
41-3078-1762
Pedro Scherer Neto: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. [8804-5034]
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