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Final de semana 04 de Julho

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manhaSair da cidade muitas vezes traz grandes descobertas e estar perto das extensas florestas sempre proporcionou um contato mais próximo das aves que as habitam. Conforme temos relatado, nossos principais registros vem aqui mesmo da cidade, dos parques, tão ricos em diversidade. Temos convicção que ainda temos muito que descobrir sobre os moradores alados curitibanos. No entanto, quando surgem oportunidades como a que tivemos nesse fim-de-semana, não há como perder. Nosso destino era uma região ainda pouco conhecida quanto aos relatos de outros observadores de aves: a região de Guaraqueçaba, mais especificamente, a chácara do amigo Kleber na localidade de Tagaçaba-de-Cima. Muitos quilômetros rodaríamos em estradas asfaltadas e em estradas de chão em difícil condição de tráfego. Saímos pela manhã cedo e a neblina ainda cobria Curitiba, feito um cobertor branco, mas sabíamos que logo o sol seria presença certa por isso escolhemos o destino mais próximo à natureza  e tomamos o rumo do litoral pela Estrada da Graciosa. Obviamente o encanto que esse trajeto oferece nos fez realizar algumas paradas para admirarmos a paisagem, e numa delas descobrimos a mágica presença de um bando de saíras-sete-cores que de tão acostumadas com a presença humana quase podiam ser tocadas.

Esse encontro anunciava o que iríamos encontrar mais adiante. Rumar de encontro ao litoral é estimular os sentidos, fazer da visão e da audição sentidos principais uma vez que rápidas olhadas pela janela denunciavam a presença dos nossos amigos alados a todo momento. Isso por si só era uma alegria. Já em Guaraqueçaba onde paramos em um acolhedor restaurante à beira do rio para almoçar, fizemos um registro promovido pelo olhar agudo do Roberto. Uma ave pousada serena no galho de uma árvore desfrutava dos últimos raios do sol, antes da tempestade que se anunciava. Mais que rapidamente, fizemos o registro e identificamos a ave como uma viúva. A sorte mais uma vez sorria para nós. Porém, a tempestade chegou com força e a chuva, intermitente. Parecia que o restante do trajeto seria mesmo sob chuva forte e isso se confirmou. Chegamos à chácara em baixo de chuva. Montamos o acampamento na casa-sede e ai ficamos, torcendo para que a chuva passasse e desse lugar ao tempo bom. Passou o tempo, chegou a noite e com ela nada de parar a chuva. Parecia mesmo que os céus tinham se aberto e resolvera chover o que não havia chovido em um mês. Restava somente esperar e acreditar na sabedoria do Kleber que conhecendo o clima local, afirmava que quanto mais chovesse naquele instante, melhor seria, pois no dia seguinte o sol apareceria. Acreditamos, jantamos, conversamos, rimos e depois disso, sobrou a escuridão da noite e o cansaço da viagem que bateu forte. Assim dormimos e sonhamos com o dia de sol que se faria a seguir. Veio a madrugada e a ansiedade fez com que acordássemos muito cedo, com os primeiros indícios de claridade.

A chuva do dia anterior, por milagre se fora deixando um tempo acinzentado... luz difícil de usar para fotografar. Os pássaros, esses sim acordaram com a aurora fazendo barulho, fazendo parecer que todos haviam se juntado em torno da casa só para atiçar nossa curiosidade. Nessa penumbra, ainda não era possível saber quem se apresentava, mas sabíamos que não eram poucos e que eram diversas espécies. Praticamente todas desconhecidas nossas. E o dia foi abrindo, abrindo e o sol apareceu, tal qual o Kleber havia previsto. O que víamos era puro encantamento. Uma imagem digna de uma National Geographic. A beleza das serras circundantes, do sol entrando em todos os cantos, da bruma que se abria, deixando o calor entrar e secar o que havia sido lavado com a chuva do dia anterior, das árvores da floresta de onde surgiam bandos de aves de todas as cores. Começamos nossos registros em um conjunto de flores nas quais os beija-flores disputavam territórios. Aí encontramos espécies que até então não havíamos ainda encontrado em Curitiba e outras que não conseguimos registrar. Em um pequeno espaço nunca vimos tanta vida pipocando. Outros bandos surgiam à todo momento... saíras-militares, tiês-galo, tiês-pretos, cambacicas, tirivas... todos com um colorido ímpar, comportamento amistoso, pois desfrutam da liberdade onde a mão do homem não os agride. Muitos registros foram obtidos aí e outros tantos ainda estão por fazer. Lamentavelmente, o tempo foi pouco e já estava na hora de retornar, mas sabemos que logo estaremos lá novamente para conhecer um pouco mais das aves daquele abençoado lugar, que temos a certeza, é um paraíso para os observadores de aves e amantes da natureza.

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Curitiba possui 30 Parques e cerca de 81 milhões m² de área verde preservada. São 55m² de área verde por habitante, três vezes superior ao índice recomendado pela Organização Mundial de Saúde, de 16m². No Brasil, é a cidade onde a Mata Atlântica é melhor preservada. 

Com aproximadamente 400 espécies identificadas na cidade, entre nativas, migratórias e exóticas, segundo livro publicado pela Prefeitura Municipal de Curitiba, iniciamos nossas passarinhadas nestes Parques, queremos lembrar que não se trata de um trabalho científico e sim o registro da nossa paixão pelas aves.


Hierarquia dos taxons pertencentes à classe Aves de todas as aves do Brasil baseada na lista de aves do Brasil de janeiro de 2014 do CBRO (Comitê Brasileiro de Registro Ornitológico).

Os Textos são de consulta do site: http://www.wikiaves.com.br/.