A previsão do tempo era de um dia aberto, sem núvens e temperatura amena. Foi este o cenário que encontramos em uma área de mata atlântica nativa em Campina Grande do Sul. O amigo André Penteado fez as honras de nos apresentar um lugar paradisíaco onde encontramos diversas espécies de aves. Muitas delas raras, como o gavião-pato, que o próprio André já resgistrou neste espaço.
Após uma breve viagem, iniciamos a jornada por uma estrada de terra, com elevações; algumas com mais de 30o. Em cada trecho, as aves começavam a acordar para tomar os primeiros raios de sol da manhã. Em um trecho da estrada rodeado por embaúbas, avistamos nossa primeira ave: um casal de Araçaris-banana, que se fartavam nos frutos maduros da árvore. Esta espécie também foi avisatada praticamente em todo o percurso.
Pendentes aos fios de energia que margeavam a estrada, muitas Viuvinhas davam voos rasantes para apanhar insetos. O sol ja começava a esquentar mais e tocava as copas das árvores centenárias. Em uma dessas, avistamos um casal de pica-paus-rei que bicavam o tronco à procura de sua refeição matinal. Seguindo por alguns quilômetros e indo mais a fundo na floresta, encontramos um lago represado e muitas andorinhas que voavam junto à água, capturando os insetos que se alojavam por entre os aguapés.
Muitos dos pássaros que ouvimos, não pudemos fazer o registro fotográfico, apenas pudemos observar e identificar, como foi o caso da borralhara-assobiadora, do matracão e do balança-rabo-acanelado que nos deu um baile. Outros, orientados pelo André, identificamos pela vocalização, como foi o caso do papa-taoca-do-sul e o tropeiro-da-serra.
O sol já ia alto e no caminho de retorno, achamos que pouco poderiamos ainda registrar. Mas olhando atentamente, vimos o vôo do Gavião-carijó. Na mesma área da represa, ouvimos a vocalização de um gavião... ao olharmos para a copa das árvores, vimos um maravilhoso exemplar de Gavião-pombo-grande. Foi realmente de tirar o fôlego ver tal maravilha livre e dominando a área. Só por isso o dia teria valido a pena. Na continuação de nosso retorno, paramos em uma área de onde podia-se avistar todo o vale rodeado pela floresta. Em um relance de olhar para o céu, um majestoso gavião planava. Fizemos o registro fotográfico por achar que se tratava de um Gavião-carijó, mas qual foi a nossa surpresa ao aproximarmos a imagem e perceber que tratava-se de um Gavião-de-penacho jovem. Ganhamos na loteria!!!
Nosso retorno já estava sendo feliz. No topo da montanha, é possível avistar ao longe, toda a serra. Paisagem para fazer qualquer um meditar sobre as maravilhas da natureza. Cascatas de águas límpidas brotam no meio da mata, indo bater contra as pedras no fundo do vale. Quase chegando ao fim da jornada, uma sabia-cica passa voando na frente do carro indo pousar entre galhos de um pinheiro. Bem raro achar esse exemplar, fizemos um registro, para constar! Ao chegarmos ao fim da jornada, ainda nos deparamos com um bando de Catirumbavas que felizes, bicavam laranjas à beira da estrada e um Surucuá-variado pousado, sereno, em um galho de araucária!
Frases do dia:
"Gavião-pato tem o bico de pato e nadadeiras para nadar." - Roberto descrevendo o gavião-pato
"Onde está o sabiá?" - Luciano procurando um sabiá quando avistamos o sabiá-cica.
"Desculpa, caras" eu to acostumado em ficar falando nome científico aí e esqueço dos populares as vezes..." - Não entendíamos nada das espécies descritas pelo André
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