A Ilha de Marajó é a maior ilha fluviomarinha do mundo, palco da mais famosa pororoca do mundo e fenômeno de formação de ondas gigantescas no encontro da águas. Ela pode ter sido o primeiro ponto do território brasileiro a ser visitado pelos europeus dois anos antes da expedição portuguesa chegar a Cabrália, mas se o cartógrafo e navegador Duarte Pacheco Pereira passou mesmo por aqui, se fez desapercebido. De acordo com o Tratado de Tordesilhas, pisava em território espanhol.
A ilha também se destaca por sua cultura, danças do carimbo e lundu e a cerâmica marajoara, além de também ser conhecida como a terra dos búfalos, devido a enorme população de búfalos, que é maior do que a de habitantes.
O Búfalo é o animal símbolo da Ilha de Marajó. Dócil e de fácil manejo, apresenta uma carne com 50% menos colesterol que a dos bovinos. Conta a lenda que, em meados do século XIX, um navio francês carregado de búfalos naufragou nas costas do Marajó, quando se dirigia para a Guiana Francesa. Os animais sobreviventes nadaram até a ilha iniciando a sua povoação. Devido à sua cor preta (que absorve muito o calor) e à baixa quantidade de glândulas sudoríparas, o búfalo precisa ficar imerso na água para se resfriar.
Pouco conhecida, a Ilha de Marajó é um dos mais preservados santuários ecológicos da Amazônia, tendo como meios de transporte mais comuns, pesando cerca de meia tonelada, o búfalo.
Suas belezas naturais se dividem entre a planície coberta de savana e as densas florestas. Praias de rio, lagos de diversos tamanhos, igarapés, dunas, florestas e uma rica fauna fazem da Ilha de Marajó um dos maiores santuários ecológicos.
Os cenários são transformados de seis em seis meses, devido a grande quantidade de chuva, principalmente no primeiro semestre, quando as matas e os campos ficam embaixo das águas. No segundo semestre, o período da seca acaba e a visitação se torna mais favorável pela melhor observação dos animais e da vegetação. Praias com dunas claras, praticamente inexploradas são o grande atrativo.
Uma lista anotada de 361 espécies registradas para a ilha de Marajó, é o paraíso das aves, uma verdadeira arca do tesouro de pássaros. Quando o “inverno” chega ao fim e o verão (estação da seca) começa, as árvores e pastagens se transformam em uma massa incomparável de cor. O céu se torna vermelho com o fantástico guará (Eudocimus ruber), branco, com garça-branca grande (Casmerodius albus, anteriormente Egretta alba) e rosa, com os colhereiros (Ajaia ajaia). Centenas de espécies cruzam a ilha, a caminho de seus ninhos. Milhares de pássaros, em todas as cores do arco-íris, transformam a paisagem em uma pintura que a mão humana não poderia reproduzir.
Espécies estampadas nos selos:
O Colhereiro ( Platalea ajaja ) destaca-se pelas cores vivas do exemplar adulto. O colhereiro é uma ave indicadora da boa qualidade ambiental, pois é muito sensível e não resiste à poluição e à contaminação do meio ambiente, principalmente da água.
A Garça-moura (Ardea cocoi) que, apesar de ser bastante comum, esteve fortemente ameaçada de extinção, no início do século XX. Geralmente solitária e pouco ativa, muitas vezes não é percebida. Está presente tanto nas matas como em áreas abertas, alimentando-se exclusivamente de pequenos vertebrados e de vertebrados aquáticos.
Podendo ser encontrada em toda a ilha, a Garça-branca-grande (Casmerodius albus) vive em grupos de vários animais à beira de rios, lagos e banhados. É migratória, realizando pequenos deslocamentos locais ou mesmo se deslocando para além dos Andes durante os períodos de enchentes anuais. Alimenta-se de peixes, lagartos, anfíbios e insetos. Foi muito caçada para a retirada de egretas, penas especiais que se formam no período reprodutivo.
Na Cerâmica Marajoara está representada uma coruja.
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