Era madrugada... 5h30min e já estávamos rodando pelas ruas de Curitiba a caminho da casa do Reni, de onde sairíamos para mais uma passarinhada. Eram poucas as pessoas nas ruas. A maioria voltando das festas e baladas de sábado à noite. Algumas com roupas de gala, outras com trajes despojados dos jovens. Combinamos de encontrar o Reni as 6 da manha e nesse horário aportamos na porta do condomínio. Desta vez estávamos em companhia do Cláudio Soares e do Rafael, um colega que foi pela primeira vez à uma saída de campo e que de pronto desejamos que tenha gostado e se una a nós nas passarinhadas.
Nosso destino foi o retorno à São Luiz do Purunã, cidade de Balsa Nova, onde havíamos estado há um ano atrás. Nossa torcida foi para que o tempo se fizesse bom e limpo como nos dias anteriores. A previsão oferecia tempo bom, e como essa expectativa, partimos. Uma rápida viagem e chegamos ao portal da localidade que tem um ar de paraíso. Paramos rapidamente para umas fotos do grupo e daí em diante, nossos olhos se voltavam aos céus e árvores à beira da estrada, de onde pulavam nosso objeto de observação: Tico-ticos, Sabiás, Bem-te-vis, Canários e algumas espécies que ainda não havíamos registrado como as Graúnas. Estas, passavam em bando fazendo algazarra. Nos campos, muitas Curicacas, sempre aos pares davam pios agudos, denunciando sua presença. Como existem aí muitos campos arados e em cultivo, os animais espalham-se pelos campos à procura de alimento. Até mesmos os Carcarás vagavam pelos campos à procura de algum batráquio ou pequeno roedor que pudesse servir para seu desjejum.
Ao longo do caminho, pudemos registrar novamente o Canário-do-campo, que havíamos fotografado na visita anterior e em uma dessas paradas, percebemos uma ave negra procurando seu alimento no chão e rapidamente voando para os mourões da cerca próxima. Era uma fêmea de Maria-preta-de-garganta-vermelha, que há tempos queríamos registrar. Logo adiante, em uma das muitas fazendas que se espalham ao longo, um bando de Graúnas pousou em um plátano próximo, fazendo um pontilhado negro e barulhento e assim conseguimos boas fotos.
Ao chegarmos à Pousada Cainã, deixamos os veículos e seguimos à pé, pelos campos que descem até o canion. Esperávamos que pudéssemos ver novamente a grande variedade de gaviões, mas dessa vez, somente um Quiriquiri e um Gavião-de-rabo-branco, avistamos. Ao chegamos nas imediações do canion, tentamos atrair o Caboclinho-do-mato, mas ele não quis dar o ar da graça. O que se via ao longe era um Gavião-peneira, procurando pela sua caça em meio ao capim e juncos.
Apesar de não termos avistado um número grande de espécies, a passarinhada foi muito produtiva em termos de companhia. O Cláudio certamente foi dos que mais aproveitou, já que muitas ele avistou pela primeira vez.