O Luiz não pode nos acompanhar na sexta-feira. Contamos com o Renan e para nos guiarem à reserva da Fazenda Colorado. Uma mata bastante preservada e que abriga muitas espécies animais e um local onde mais registramos a presença de espécies de aves. A estrada que corta a reserva é bem conservada e nos permitiu chegarmos de carro até lá.
Iniciamos a observação em torno das 7 da manhã e fomos recepcionados pelos bandos de Maritacas-Verdes que voavam apressadas por entre as copas das árvores. E muitas dessas espécies vegetais são mesmo imponentes. Muitas das perobas que lá vimos cresciam majestosas projetando-se no topo da floresta. Muitas delas servindo de parada para as Jandaias-de-testa-vermelha. A trilha seguia e a cada metro uma novidade nos atraia a atenção. Ora era um casal de Beneditos-de-testa-amarela que bicavam os troncos à procura de refeição ora eram os Anambés-de-bochecha-parda e os Anambés-brancos-de-rabo-preto. O Renan nos levou a um ponto da trilha onde costumam ser observados os Tietingas. Uma pequena chamada e eles apareceram por entre as ramagens. Aves lindas e admiráveis, não possuem um colorido chamativo, mas sua plumagem branca e preta impressiona quem tem a sorte de avistá-la. É interessante comentar que o uso de playbacks atraem os ties-do-mato-grosso e optamos por não usá-lo. O Chocão-carijo foi outra espécie que ficava atravessando nosso caminho todo curioso, mas não permitiu uma boa posição para fotografá-lo. Chegamos ao final da trilha, que para nossa surpresa acabava em uma imensa plantação de soja. Pode parecer contraditório uma mata toda cercada de soja... e pensar que não há muito tempo atrás eram as plantações é que eram cercadas de mata!
No retorno, paramos para fazer nosso lanche, já que passava do meio dia. Nosso almoço teve que ser interrompido pois um pequeno bando de Araçaris-poca pousaram em uma árvore próxima. Após o episódio dos araçaris, seguimos a trilha em direção à entrada da mata e durante a caminhada, observamos a presença do Limpa-folha-ocráceo. No começo da trilha existe uma vegetação mais baixa composta de bambus e capins, que são um atrativo para aves como a Choca-barrada que ficava pulando por entre os ramos. Nesse local avistamos a Marianinha-amarela que voava muito rápido mas que com paciência, conseguimos registrar.
Nossa missão na mata havia terminado e em nosso retorno, programamos nossa segunda parada do dia: O Parque Daissaku Ikeda que fica na metade do caminho. Esse parque guarda um charme especial pois ai fora construída uma pequena represa que em outros tempos gerava energia e hoje é uma área onde as pessoas vem contemplar a natureza. Em nossa chegada, observamos diversas Andorinhas-do-rio pousadas nos corrimões da ponte sobre a represa. Mas nosso objetivo nesse local era bem claro: Encontrar o Carão, aquele mesmo que vimos no parque do Lago Igapó. Segundo o Renan, seria fácil encontra-lo por entre a vegetação na beira do lago. Seguimos pela trilha dos Curimbas, margeando o lago. Logo no início, encontramos uma Choca-barrada fêmea que carregava folhas para a confecção do seu ninho. Logo adiante, fomos recompensados com um bando de cinco indivíduos se alimentando. O Carão foi nossa melhor recompensa nesse local. Ainda vimos mas sem possiblilidade de registro um Fogo-apagou que vocalizava muito na copa das árvores. Ao final da trilha, paramos para admirar a paisagem e descansar antes do retorno.
Diante da nossa sorte, decidimos encerrar a passarinhada e voltarmos, pois já ia tarde. Ah... nesse local também encontramos um charmoso telefone público em forma de garça!