Para finalizarmos o ano, decidimos passarinhar em um local diferente. Escolhemos Londrina, no norte do Paraná devido a sua geografia e por terem sido registradas aves de diferentes ecossistemas como a Mata atlântica e o cerrado.
Saímos na quarta-feira e durante todo o trajeto, o sol brilhou forte. Sinal que teríamos tempo bom. Ouvíamos o tempo todo o canto dos tico-ticos ao longo da estrada. Em uma parada de beira-de-estrada, vimos Andorinhas-grande-de-casa sobrevoando sobre a construção onde faziam seus ninhos. Já passava das 3 da tarde quando chegamos a Londrina sob forte chuva... pois é, o tempo quente fez desabar aquele temporal. Mas não perdemos o ânimo. Descarregamos as malas e aguardamos. Lá pelas 5 da tarde, o temporal se foi e com isso saímos para explorar as imediações do Lago Igapó, tradicional ponto de encontro da população Londrinense. Ali registramos a presença do Bem-te-vi rajado e uma grande quantidade de Pombas-de-bando. Na extremidade oposta de onde estávamos, um grupo de pescadores dividia espaço com as Garças que de tão habituadas ao convívio humano permitia que chegássemos muito perto. Assim, terminamos o dia já ansiosos pela manhã seguinte, onde nosso destino seria aquele onde esperávamos encontrar mais espécies.
A quinta-feira ainda não havia amanhecido e estávamos de pé para irmos à Mata do Godoy. Nosso guia essa saída seria o Luiz Veríssimo, um passarinheiro que havíamos contactado e convidado para a empreitada. Cedinho encontramos o Luiz e seu filho o Lucas e nos dirigimos ao local destinado.
A mata do Godoy é uma das últimas reservas naturais de mata nativa do norte do Paraná. Abriga em seus
Já na entrada do parque fomos recepcionados por um grande bando de Andorinhas-de-dorso-acanelado que pousadas nos fios formavam um varal de passarinhos!
Chegamos ao prédio da administração, fizemos nosso cadastro e partimos para a observação. Ali perto, encontramos um beija-flor Besourinho-de-bico-vermelho que visitava as flores. Nesse mesmo local uma vocalização diferente chamou a atenção. Como não conhecíamos a avifauna local, fizemos alguns registros e descobrimos tratar-se da Saíra-de-papo-preto fêmea. Um grande começo! Guiados pelo Luiz veríssimo em uma trilha, ouvimos o som de vários cantos das aves que acordavam com o raiar do dia... Nesta trilha, encontramos o amigo Renan Oliveira, outro colega de passarinhada, acompanhado do Gustavo Sanchez. Foi nessa hora que ouvimos o canto do Saci. Saímos todos à procura do pássaro que deu o maior trabalhão pra ser encontrado em meio aos galhos e o capim colonião. Mesmo assim fizemos o registro.
Ao longo das trilhas ouvimos vocalizações já conhecidas de saíras, do pula-pula, maritacas e dos Surucuás-variado. Nestas trilhas fizemos o registro do Variado. De volta ao nosso ponto inicial, avistamos outras duas aves. Segundo o que informou o Luiz, uma era a Maria-Cavaleira que pulava entre os galhos próximos e mais ao topo, uma Saíra-de-chapéu-preto. Não podemos deixar de assinalar o telefone público do parque em forma de tucano. Muito bom gosto! O sol ia alto e combinamos de depois do almoço nos encontrarmos no Lago Igapó. O Renan e o Luiz iriam nos guiar à procura do Carão, ave que queríamos muito encontrar. E assim foi feito. As 14h30min chegamos ao Igapó e fomos vasculhando ao longo da mata ciliar. Encontramos ai aves já nossas conhecidas como o Alegrinho, mas também registramos o Figuinha-de-rabo-castanho. Andamos até a represa e ai avistamos o Martim-pescador-verde, o Pica-pau-branco e uma família de Socozinhos... nada do Carão. Sem desanimar, fomos aos recantos mais afastados com a missão de encontrar a ave, mas novamente encontramos Pombas-de bando, as Andorinhas-do-rio e ao longe um Sovi voou e parou nos eucaliptos na outra margem do lago.
Nossa ultima tentativa foi feita na margem oposta do lago e aí finalizar do dia, caso não encontrássemos a ave.
E nossa procura foi recompensada. Ele estava pousado nas árvores próximas e voou. Mas ao menos avistamos o bicho... não era uma lenda!