Algumas vezes recebemos presentes inesperados, sem saber porque. Aconteceu comigo na sexta-feira passada.
Fotografar passarinho dá trabalho e às vezes é muito frustrante. Depende de paciência e, muitas das vezes, de sorte.
O sítio de minha família, em Martins Soares-MG, é um local muito interessante, pois tem diversos habitates com várias espécies de aves concentradas em uma área pequena. Em pouco mais de 20.000 m2 já registramos mais de 100 espécies. Algumas vêm e vão, ficando sumidas por muitos anos, outras são figurinha fácil, podendo ser encontradas a qualquer momento.
Enquanto eu me divertia com essa turma que está sempre por lá, um bando de saíras-douradinhas (Tangara cyanoventris) pousou no grande ipê-amarelo que tem logo ao lado de um dos terreiros. Ele estava completamente sem folhas e repleto de botões prestes a explodir. Era fácil vê-las nos galhos, mas como o ipê é uma árvore muito alta, não consegui boas fotos pois, além de tudo, elas não paravam quietas e logo voaram para outras árvores mais distantes onde sumiram entre a folhagem. Fiquei aborrecido por não terem descido um pouco e me dado chance de conseguir fotos melhores, mas esse é um dos fatos-da-vida de quem quer pegar passarinho. Eles não costumam dar muita colher-de -chá.
Para minha surpresa, sem aviso, vi-me envolto em uma roda-viva azul e amarela. O bando das saíras veio forragear exatamente à minha volta, pousando em galhinhos baixos, a menos de 1m de mim, num vai e vem constante, pegando lagartas e borboletinhas em todo canto. Foi um dos momentos mais bonitos que já vivi nessa busca por passarinhos. Como presente de aniversário, não podia ser muito melhor.
As fotos que consegui, na confusão e emoção do momento, estão aí.
Experiência vivida por Daniel Esser
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