Dia 5 de junho comemora-se o Dia Mundial do Meio Ambiente. Decidimos nesta data sairmos para uma passarinhada com objetivo especial: Encontrar os Guarás que habitam a baía de Guaratuba. Saímos no sábado logo após o almoço. O dia estava ensolarado e no litoral soprava um vento que empurrava as nuvens para o continente, sinal de que não teríamos chuva. Optamos por margear a orla à procura de alguma ave que por ali se encontrasse. E lá estava o bando de Talhamares com seu bico e plumagem peculiar. Camufladas por entre a vegetação rasteira e a espuma do mar, registramos as Batuíras-de-bando. O tempo era curto para a visita de reconhecimento, pois como praticamente estamos no inverno, escurece cedo. Ainda tivemos tempo para visitar o Ferry Boat e constatar que o mar estava bastante revolto e com maré alta. Torcemos para que no domingo ele se acalmasse para que tivéssemos uma boa passarinhada.
O domingo amanheceu cinzento, mas com pedaços de céu sem núvens. Boa premissa! Armados com nossos equipamentos rumamos para o mangue. Antes porém passamos no pier de onde parte o Navio Pirata e havia uma movimentação de pessoas: Homens, mulheres, crianças. Decidimos parar e para nossa surpresa tratava-se dos nobres voluntários que se reuniam para uma ação ecológica de recolhimento de lixo que se acumula na baía. Encontramos o colega Marcos Wasilewsk amigo do Wikiaves que havia feito belos registros dos Guarás na manhã do dia anterior. Ele nos indicou o local onde as aves costumavam ficar e para nosso desalento, era necessário ir de barco até o local, pois das margens da baías não seria possível vê-los. Mas ficou ai nosso combinado que em outra oportunidade retornaríamos para juntos irmos até o recanto dessas lindas aves e registrá-las.
Mesmo com a remota possibilidade de encontrar o que viemos admirar, seguimos adiante até a entrada do mangue onde outras vezes havíamos encontrardo muitas espécies locais. E dessa vez não foi diferente. Fomos recepcionados pelo barulho de saracuras, que não eram semelhantes às que ouvimos
Ao longe alguns Trinta-réis voavam solitários. Tentamos, mas os registros não foram bons. Pescadores locais informaram que quando os barcos retornam da pescaria as aves acompanham os barcos e ai é possível fazer bons registros, mas em dia de domingo isso não acorre. Estes ficarão para a próxima expedição.
Logo adiante, pedimos licença para observar as aves do mangue em uma casa que dá para o mangue e para nossa alegria, o que encontramos foi um senhor muito simpático que com sua sabedoria ancestral alimenta dezenas de pássaros no seu quintal. Eram tantos que não sabíamos para onde apontar as lentes. Muitos Saís-azuis, Gaturamos-verdadeiros, Sanhaçus-cinzentos, Cambacicas, Guaxes, e o mais destacado dentre todos: O Tiê-sangue. Lindo e majestoso, ia e vinha desconfiado comer as frutas deixadas pelo Seu Carlos. Aí permanecemos um bom tempo registrando as aves. Sugerimos a todos os colegas passarinheiros que ao visitarem a cidade não deixem de apreciar essa maravilha.
Ainda ficamos um pouco mais nas redondezas, mas não registramos outras espécies. Ficamos na saudade dos Guarás. Ao retornar ao centro da cidade, nossos protetores do meio ambiente já haviam recolhido muitos sacos de lixo e paramos para registrar a importanta ação desses amigos da natureza. Parabéns pelo exemplo!